Hoje ((o))eco traz um animal exclusivamente brasileiro. O Muriqui, também chamado de mono-carvoeiro, ocorre apenas em território nacional, do Estado da Bahia ao norte do Paraná, exclusivamente nas áreas de mata atlântica. De hábitos diurnos, come folhas, frutas e flores e vive em pequenos grupos. O muriqui é o maior primata das Américas. Um macho adulto pode pesar até 15kg e medir até 1,5m (sem contar a cauda que mede cerca de 70 cm). É um animal dócil e a espécie é conhecida como “o povo manso da floresta”.
Infelizmente, esse animal tão pacífico não convive com seres humanos tão bonzinhos assim e a espécie corre um grave risco de extinção. A destruição de seu habitat, a caça ilegal e a baixa natalidade da espécie são os fatores responsáveis por essa ameaça à existência dos muriquis. Entre as iniciativas em prol da preservação da espécie a de maior repercussão é a sua candidatura a mascote dos Jogos Olímpicos de 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro. A campanha conta com o apoio de nomes famosos, como Chico Buarque e Camila Pitanga, e está chamando a atenção das pessoas para esse animal tão brasileiro, mas ameaçado por seus próprios compatriotas. Foto: Palê Zupani
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Do leitor Francisco B. Pontual:
Parabéns pela divulgação da existência dos muriquis, esses ilustres desconhecidos dos brasileiros urbanos (mais de 85% dos 190 milhões de brasucas). Contudo, a matéria comete o equívoco de não informar que “o” muriqui na verdade são dois. Existem duas espécies, o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides) e o o muriqui-do-norte (B. hypoxanthus), este último facilmente reconhecivel pelas manchas despigmentadas na pele da cara e genitais. Aqui no Eco vale a pena ser muito rigoroso com as informações. E entender que existem duas espécies de muriqui ajuda a perceber que a situação do muriqui-do-norte é muito mais delicada que a do sul, sendo considerada entre as 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo! Enquanto isso, MG, ES e BA, batendo recordes de desmatamento segundo análise conjunta da SOS Mata Atlantica e INPE. Vai ser lindo ter mascote de Olimpiada semi-extinto, combina bem com o que os parlamentares estão fazendo com o “novo” Código Florestal. Mas chamar a atenção por si só não salva nem muda nada. Quais as ações concretas de conservação previstas? A primeira delas é informar melhor sobre a taxonomia da espécie não acham?
Resposta ((o))eco: Achamos, Francisco. Obrigado pelo comentário. Tomaremos mais cuidado,
Eduardo Pegurier (editor)
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