O Muriqui ou Mono-Carvoeiro (Brachyteles hypoxanthus) é das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção no Brasil. Até o começo da década passada, era tido como extinto na região serrana do Espírito Santo. No entanto, com o trabalho do Ipema (Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica), foram localizadas famílias em Santa Maria de Jetibá, cidade com população de origem pomerana.
Foram dois dias intensos atrás dos animais, entre vales, montanhas, trilhas e muitos carrapatos, para realizar as fotos do ensaio abaixo. O que mais me chamou atenção, é que os macacos foram localizados justamente nessa região, uma das mais prósperas em agricultura no Espírito Santo, onde existiria um grande impacto sobre a fauna. Bem, existe de fato um grande impacto, mas perguntei a um agricultor familiar por que esses animais tão difíceis de se encontrar, ameaçados de extinção, ainda estão presentes nas matas?
A resposta foi econômica. Os pomeranos são muito bons em negócios e sua agricultura é próspera. Mas também gostam da natureza, não destroem por destruir e não têm a cultura da caça. Assim, aquele agricultor informou que os Muriquis não traziam prejuízo à agricultura, pois não saiam das matas. Já os macaco-prego costuma deixar a floresta e acabar com lavouras, disse o produtor, daí viria a pouca quantidade da espécie na região.
Nas imagens, feitas em dias nublados, é possível conferir um pouco do comportamento desse animal, ainda pouco estudado e fotografado no Espírito Santo. O ensaio aconteceu em parceria com o Iema (Instituto Estadual de Meio Ambiente) e Ipema.
Leia também
COP entrega pouco, mantém ameaça de colapso climático e colhe críticas globais
Entidades civis reconheceram ao mesmo tempo avanços e possibilidades para conter os fósseis e o desmatamento →
Mapa para fim dos fósseis fica de fora do texto final da COP 30
Presidência brasileira propõe roteiro “alternativo” sobre assunto. Sociedade lamenta, mas fala em abertura de diálogo →
Organizações de MT denunciam ofensiva política contra homologações de Terras Indígenas
Entidades afirmam que governo de Mato Grosso espalha desinformação sobre homologações e alimenta conflitos após atos declaratórios durante a COP30 →





