Como adiantado por O Eco, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou hoje ações contra 21 fazendas e 13 frigoríficos que participam da devastação da Amazônia por meio da cadeia econômica da pecuária. Elas exploram gado ilegalmente em áreas desmatadas no sudeste do Pará. Algumas fazendas, mesmo embargadas pelo governo, insistiram na criação de gado; outras, acumulavam multas por crimes ambientais. O desmatamento acumulado nessas localidades é superior a 150 mil hectares.
As ações movidas pelo MPF pedem indenizações de R$ 2,9 bilhões. A lista de réus envolve seis fazendas da Agropecuária Santa Bárbara, da família do banqueiro Daniel Dantas, e o frigorífico Bertin.
Além das ações judiciais, o MPF enviou 69 notificações para supermercados, fábricas de cosméticos, indústrias calçadistas e outras empresas que compram produtos bovinos oriundos do desmatamento ilegal em terras paraenses. As empresas Carrefour, Makro, Pão de Açúcar, Perdigão, Wal-Mart, Ypê, entre outras, passam a ser consideradas como co-participantes dos danos ambientais se persistirem na compra de carne e outros produtos bovinos vindos de áreas de desmatamento.
Leia também

Veja como votou cada senador no projeto que implode o licenciamento ambiental
Aprovada no Senado na noite desta quarta-feira (21), proposta segue para análise da Câmara →

Com mudanças de última hora, projeto-bomba do Licenciamento é aprovado no Senado
Texto agora segue para segunda apreciação pela Câmara dos Deputados. Caso vire lei, medida vai tornar mais maleáveis as normas para licenças ambientais →

Degradação da Amazônia cresce 163% em dois anos, enquanto desmatamento cai 54% no mesmo período
'Saldo negativo' da proteção do bioma registrado entre 2022 e 2024 pode comprometer metas internacionais do Brasil, alertam pesquisadores do Inpe e colaboradores na revista Global Change Biology →