“O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Guimarães Rosa (trecho de Grande Sertão Veredas)
Há cerca de três dias recebi a noticia que a Serra da Canastra está em chamas. Daquelas queimadas capazes de causar redemoinhos de fogo. De novo. Parece que o cerrado brasileiro vive um dejà vu, e nossa tendência passional é bradar aos quatros cantos: “Até quando o cerrado pegará fogo? Será substituído por soja, carvão, pasto?”
Uma tendência obviamente pessimista e sem luz no fim do túnel. Por isto resolvi compartilhar imagens que mostram um cerrado ainda pleno e vigoroso, com buritizais a perder de vista e campos entrecortados por rios esverdeados. E principalmente, onde pesquisadores como Edsel Junior dedicam a vida à conservação. Àqueles campos e a seus felinos moradores.
Tive o privilégio de sobrevoar com ele e Marina Xavier o Parque Nacional Grande Sertão Veredas. A intenção era localizar uma onça preta capturada e marcada com colar de GPS pelo próprio Edsel e o veterinário Joares May.
Um lugar tão lindo quanto possa parecer nos versos imortais de Guimarães Rosa. Mas para realmente conhecer, tem que ir. Porque o Cerrado merece ser admirado.
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Eu espero que os indígenas sejam assentados em terras degradadas do entorno, onde eles podem produzir suas roças à vontade. Infelizmente vimos muitas vezes o resultado da entrada de indígenas nas unidades de conservação do sul da Bahia e norte do Rio Grade do Sul, para no falar do litoral de São Paulo e Paraná. A extinção local dos animais de maior porte se segue rapidamente, assim como a venda de madeira. As unidades de conservação não são palco para solucionar os nosso grave problemas sociais.
Se não tem apoio de partido político, quem está bancando a picanha e a bebida que a liderança está comendo todos os dias no Sahy Vilage Shopping, sendo solicitado apenas Notinhas da comida? Todos os dias um grupo de indígenas vão à praia e aí Shopping, mesmo no frio.
Parabens ao Duda pela materia, me permite concluir que estamos diante de uma nova e muito grave ameaça ao q sobrou, grave pq faz uso de uma causa nobre, mas cheia de equivocos e que está enganando muita gente e não só os próprios índios. A materia fura o cerco de silencio feito pelo ambientalismo seletivo e chapa branca midiatico.