
Informalmente, tradutores oficiais da Rio+20 elegeram o momento mais constrangedor da conferência: o bate-boca, ontem, na Tenda 2 do Riocentro, entre a ministra Izabella Teixeira e manifestantes. A discussão caiu no Youtube.
O vídeo, de 9 minutos e 44 segundos, registra o momento em que uma manifestante começa a gritar, em inglês, contra a política ambiental do Brasil. Izabella é a todo momento interrompida, mas consegue retomar a fala e responde aos manifestantes. A qualidade das imagens não é boa, mas vale assistir para ouvir as explicações da ministra sobre o Código Florestal, Belo Monte e democracia.
Em trecho, perto da metade do vídeo, Izabella diz:
Belo Monte não foi licenciada por mim, Belo Monte foi licenciada pelo ministro Carlos Minc. Belo Monte foi uma decisão tomada pelo licenciamento do Ibama, que eu estou fazendo todos os esforços, acabei de fazer reunião com 30 lideranças indígenas, exatamente, para corrigir se estiver mal feito.
O barraco aconteceu quando a ministra Izabella participava da mesa denominada “Política brasileira de redução do desmatamento: lições aprendidas, desafios e oportunidades para a cooperação internacional”.
Estava presentes: Luciano Coutinho, presidente BNDES; Johaness Eck, representante da Casa Civil do Brasil; Deborah Wetzel, do Banco Mundial; Jane Smart, das Nações Unidas; e Tarso Azevedo, especialista em política florestal.
O site do Ministério do Meio Ambiente publicou um texto sobre o encontro, mas não registrou o incidente com os manifestantes.
Leia também

Aprovação do PL do Licenciamento trará consequências diplomáticas para o Brasil, alertam especialistas
Confira a lista de tratados e acordos internacionais que serão descumpridos com o afrouxamento do licenciamento ambiental →

Nas entranhas do poder, reside pouca ou nenhuma esperança
O passivo que o Brasil deixará ao destruir o meio ambiente, que mantém nossa qualidade de vida possível, não entrará na contabilidade do crescimento do PIB →

Vale-tudo no licenciamento ambiental: não vale a pena ver de novo
O “admirável mundo novo” pós-PL da Devastação deixará um rastro de insegurança jurídica, multiplicação dos conflitos socioambientais e uma explosão da judicialização →