Notícias

InfoAmazonia é lançado para a Rio+20

Conheça o InfoAmazonia, ferramenta que usa mapas para contextualizar dados sobre a região, alimentados por um rede de ONGs e jornalistas.

Alex Barth ·
26 de junho de 2012 · 12 anos atrás

Na noite do dia 17 de junho, ((o))eco e a Internews lançaram o InfoAmazonia, uma ferramenta que usa para mapas para contextualizar dados e notícias sobre a região amazônica, alimentados por uma rede de ONGs e jornalistas. O InfoAmazonia aborda assuntos que vão desde o desmatamento causado pela indústria extrativista até questões indígenas.

Gustavo Faleiros, Coordenador do projeto, apresenta o site no dia do lançamento
Gustavo Faleiros, Coordenador do projeto, apresenta o site no dia do lançamento
O lançamento se deu três dias antes do início oficial da Rio+20, onde os desafios ambientais estiveram no topo da lista de prioridades da conferência. A iniciativa existe graças a Knight International e a Climate and Development Knowledge Network. A Development Seed, especializada em mapeamento e visualização de dados, juntou forças com ((o))eco e a Internews para desenvolver uma estratégia para o site, construí-lo e fornecer a cartografia, bem como treinar os jornalistas locais em como utilizar as ferramentas disponíveis no site.

Notícias contextualizadas

Quando alguém abre o site pode logo ver as notícias mais recentes em um mapa. As notícias podem ser encontradas em português, espanhol e inglês, refletindo o fato da Amazônia estar presente em 9 países sul-americanos e ser também de interesse mundial. O mapa inicial apresenta todas as notícias disponíveis no InfoAmazonia, e ao selecionar uma notícia, ela é aberta em um painel na lateral da página. O mapa oferece três camadas que a contextualizam através de informações geográficas em alta resolução sobre cidades, estradas, infraestrutura, desmatamento, incêndios florestais, campos de petróleo e concessões de mineração. No topo do mapa, há uma opção de filtrar as notícias pelas principais fontes que fornecem histórias para o InfoAmazonia e também pelas notícias enviadas pelos leitores do site. Logo abaixo do mapa, as notícias podem ser vistas em ordem cronológica, com as mais recentes aparecendo primeiro. Todos os artigos, junto com seu mapa, podem ser inseridos em uma página como se fosse um vídeo do YouTube.

Este é um exemplo da página inicial, com a notícia em destaque e posicionada no mapa.

Nesta imagem podemos ver informações sobre o desmatamento. As áreas verdes representam a altura da floresta, as áreas hachuradas o desmatamento antigo e os pontos em amarelo o desmatamento recente. Também está marcada a infraestrutura que influencia a destruição da floresta.


As legendas explicam cada elemento do mapa e listam suas fontes.


Este mapa mostra que incêndios geralmente ocorrem em áreas com maiores índices de desmatamento. O mapa de calor indica a frequência do fogo, com os círculos vermelhos mostrando incêndios em maio e os círculos amarelos mostrando grandes incêndios ocorridos nos últimos 12 anos.


Os poços de petróleo e áreas de mineração representam riscos ambientais em potencial, e abrem a floresta para mais exploração no futuro. As concessões de mineração estão em conflito com áreas protegidas, como é possível pode ver neste mapa. O verde representa as áreas protegidas, os quadrados azul-claro são concessões para a pesquisa e o azul escuro áreas de mineração em progresso.


Qualquer pessoa pode enviar notícias

O InfoAmazonia convoca seus leitores e jornalistas-cidadãos a apresentar links para histórias ligadas aos temas abordados pelo projeto. O site usa um formulário simples do Google que alimenta uma planilha de onde os editores do InfoAmazonia podem avaliar o conteúdo submetido e publicá-lo no site.

Use os dados

O objetivo do InfoAmazonia é propagar o uso de dados para descobrir e contextualizar notícias. O Brasil disponibiliza amplas bases de dados, que fornecem aos jornalistas uma nov e rica fonte de pautas. Os mapas do InfoAmazonia usam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da NASA, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, do Ministério dos Transportes do Brasil, do ImazonGeo e do OpenStreetMap. Todos esses dados são listados e disponibilizados no site para que seu acesso seja mais conveniente.

Para ajudar os jornalistas a começarem a trabalhar com dados geográficos, foi organizado um treinamento em conjunto com a Internews, o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas e ((o))eco durante um fim de semana no Rio de Janeiro.

Jornalistas sendo treinados no uso de ferramentas de geo jornalismo na sede do iBase, no Rio de Janeiro
Jornalistas sendo treinados no uso de ferramentas de geo jornalismo na sede do iBase, no Rio de Janeiro

Construído com Jekyll e MapBox

Mesmo o site sendo altamente interativo, ele foi criado usando o gerador de sites Jekyll para evitar que ficasse dependente de um banco de dados ou de páginas geradas dinamicamente por um servidor. Todo o conteúdo é gerenciados por planilhas do Google, convertido para GeoJSON e montado no navegador do usuário. Todos os mapas foram feitos com o TileMill e hospedados no MapBox.

Visite o InfoAmazonia na web e acompanhe suas atualizações no Twitter.


*Alex Barth é desenvolvedor sênior da
Development Seed. Além disso, gosta de criar robôs interativos, interfaces de realidade virtual e testou antenas wi-fi de longo alcance na América Central. Siga Alex Barth no twitter.

Leia também

Reportagens
18 de abril de 2024

A nova distribuição da vida marinha no Atlântico ocidental

Estudo de porte inédito pode melhorar políticas e ações para conservar a biodiversidade, inclusive na foz do Rio Amazonas

Análises
18 de abril de 2024

Uma COP 30 mais indígena para adiarmos o fim do mundo

Sediada pela primeira vez na Amazônia, a conferência traz a chance de darmos uma guinada positiva no esforço para frear a crise climática que ameaça nossa espécie

Notícias
18 de abril de 2024

PSOL pede inconstitucionalidade de lei que fragiliza o licenciamento ambiental no ES

Para o partido, as mudanças no licenciamento estadual não estão previstas na legislação federal e prejudicam o meio ambiente; lei tirou espaço da sociedade civil nos processos

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.