![]() |
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) divulgaram nesta segunda-feira (27/02) uma carta aberta pontos do projeto de reforma do Código Florestal que ainda podem ser alterados pelos deputados antes da votação em plenário. O documento foi entregue ao relator do projeto, deputado Paulo Piau (PMDB-MG).
As entidades científicas alegam que, embora a versão aprovada pelo Senado apresente avanços em relação ao texto originalmente vindo da Câmara dos Deputados, ainda há graves problemas na proposta, principalmente no que diz respeito às Áreas de Proteção Permanente (APP) nas margens dos rios e nascente os quais, segundo a lei, devem ser preservadas e, no caso de degradação, “deve ser obrigatoriamente recuperada, foi reduzida em 50% no texto atual.” de acordo com o documento.
Além da carta aberta, também foi divulgada uma tabela comparativa entre o Código Florestal atual, as propostas de alteração e as consequências vistas pelo âmbito da ciência.
De acordo com o documento “A reforma do Código Florestal Brasileiro, tal como vem sendo processada no Congresso, sob a influência de grupos de pressão setoriais, representa a desregulação do setor do agronegócio com sérios riscos para o meio ambiente e para a própria produção agrícola. A proteção de áreas naturais está sendo consideravelmente diminuída e perde-se assim a oportunidade de produzir alimentos com mais eficiência e com sustentabilidade ambiental, o que deveria ser o grande diferencial da agricultura brasileira.”
O relatório do deputado Paulo Piau deverá ser apresentado essa semana, já que a votação em plenário da reforma está marcada para a semana que vem – dias 06 e 07 de março. Depois de votado, o projeto seguirá para sanção ou veto presidencial.
Lei ambiental: a mudança será para pior
Para Ícone, academia só vê lado ambiental
Comunidade científica critica novo Código Florestal
Saiba mais
A carta aberta e a tabela comparativa podem ser acessadas nesse link no site da própria SBPC.
Leia também

Indígenas da Amazônia colombiana denunciam poluição por petróleo e ameaças de guerrilhas
A Colômbia enfrenta um dos cenários mais desafiadores da região amazônica, onde indústria petrolífera, grupos armados e indígenas disputam os mesmos territórios →

Situação da biodiversidade no RS após enchentes será conhecida em até 3 anos
Serão avaliadas áreas federais e estaduais. A manutenção da vegetação nativa conteve estragos em unidades de conservação →

Entre a floresta e a violência: o custo de ser mulher e defensora ambiental
É essencial que as políticas de proteção incorporem uma abordagem interseccional e de gênero. Isso exige a criação de programas de proteção específicos para mulheres defensoras →