![]() |
Na última quarta-feira (01), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgou um mapeamento liderado pelo Ibama com os números finais do corte raso de árvores na Mata Atlântica entre 2002 e 2008. Ao todo, um dos biomas mais biodiversos e ameaçados do planeta perdeu 2.742 quilômetros quadrados de floresta nativa, algo assustador para uma região que detém apenas cerca de 7% de sua cobertura original. O susto é ainda maior porque, em 2006, a Lei da Mata Atlântica foi assinada para impedir qualquer desmatamento, com raríssimas exceções.
De acordo com a análise, até 2002, 75,62% do bioma haviam sido desmatados. Esta taxa aumentou para 75,88% seis anos depois. Entre os estados que mais limparam as áreas verdes para outras atividades econômicas estão Minas Gerais, Paraná e Bahia. Respectivamente, eles literalmente cortaram 0,38%, 0,29% e 0,39% da floresta.
“Embora seja a menor taxa em relação aos outros biomas, a Mata Atlântica foi muito devastada historicamente. Portanto, há situações preocupantes. Minas Gerais, por exemplo, foi o estado que liderou o ranking. O levantamento em questão avalia o corte raso, mas não qual prática foi adotada naquele solo depois. Porém, segundo informações de campo do próprio Ibama e também da SOS Mata Atlântica e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os principais problemas são a agropecuária e a exploração de carvão vegetal”, avalia Bráulio Dias, Secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA.
O estudo, vale lembrar, não envolve as florestas deciduais e semi-deciduais do Cerrado e da Caatinga, consideradas pertencentes ao bioma, diferente dos mapas elaborados pela SOS Mata Atlântica em parceria com o INPE. Dias, no entanto, afirma que o diagnóstico respeitou os perímetros adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Segundo ele, a expectativa é que o desmatamento nesta floresta chegue próximo de zero. Um dos trabalhos atuais é uma negociação do Ministério da Fazenda para regulamentar o Fundo de Restauração da Mata Atlântica, o que deve acontecer até o início de 2011.
Veja também
Desmatamento na Mata Atlântica cai, mas ainda é grave
Leia também
Entrando no Clima #60 – Fundo financiado por fósseis domina segundo dia da Cúpula dos Líderes
Lula propõe transição financiada pelo dinheiro de energia suja. Último dia de encontro que antecede COP30 também teve espaço para discutir proteção dos oceanos →
Ciência brasileira propõe nova economia climática e meta de carbono zero até 2040
Pesquisadores defendem protagonismo científico na COP30 e apresentam caminhos para adaptação e neutralidade climática com base em inovação, justiça social e desmatamento zero →
Mudanças climáticas são a principal ameaça para Patrimônios Naturais da Humanidade
Estudo da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) traz alerta de que efeitos da crise climática são a ameaça que avança mais rapidamente →






