Salada Verde

Brasil e Peru defendem usinas na Amazônia

Em encontro em Manaus, Lula e Alan Garcia firmam acordo de cooperação que inclui novos empreendimentos na floresta e a extensão de um gasoduto.

Salada Verde ·
17 de junho de 2010 · 14 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
O presidente peruano encontra-se com Lula em Manaus (foto: Presidência da República)
O presidente peruano encontra-se com Lula em Manaus (foto: Presidência da República)

Manaus – Para o presidente Lula, críticas a construção de hidrelétricas na Amazônia satisfazem interesses de países desenvolvidos, interessados em vender usinas nucleares a países pobres. “A energia nuclear, apesar de limpa, é cara e a tecnologia é importada dos países do ricos”, afirmou Lula. A melhor opção para os países sul-americanos seria então a energia produzida em hidrelétricas, que segundo o presidente brasileiro é limpa e barata.

A afirmação do presidente foi feita nesta quarta-feira em Manaus, durante a assinatura de uma série de acordos de cooperação e integração com o Peru. Um dos acordos permite ao país andino exportar o excedente de energia produzida por lá. O Brasil está interessado na construção de um complexo de usinas, que poderiam fornecer ao país 6 mil MW de energia. Entre as usinas em estudo está a de Inambari, com capacidade para 2mil MW, mas muito criticada pelos impactos ambientais e sociais, além da previsão de que inunde um trecho da recém-construída Rodovia Interoceânica.

A construção da usina foi defendida também pelo presidente peruano Alan Garcia. Segundo ele, a área de floresta inundada (20 mil hectares, segundo o presidente) poderia ser compensada pela recuperação de uma área já degradada. “Temos 10 milhões de hectares de floresta amazônica já devastada, poderíamos recuperar a mata em uma área contígua ou próxima da área alagada”, afirmou Garcia. Segundo o presidente, é preciso colocar a questão em proporções exatas entre os perigos e as imensas vantagens do empreendimento.

A extensão do gasoduto de Camisea foi outro empreendimento com participação brasileira defendido por Alan Garcia. Segundo ele, o uso do gás natural vai reduzir o consumo de lenha no sul do país e impedir que se siga destruindo a natureza. Para o presidente peruano, os projetos devem ser analisados de forma integrada e não apenas os impactos localizados dos empreendimentos. (Vandré Fonseca)

Leia também

Salada Verde
7 de maio de 2024

Ararinha-azul ganha centro de conservação no Zoo de SP

Com espaço para abrigar até 44 ararinhas, local terá como objetivo cuidado, bem-estar e reprodução de indivíduos para soltura na natureza

Análises
7 de maio de 2024

Só a restauração ecológica será o suficiente para a persistência dos ecossistemas?

Não, visto que lidamos com inventários limitados das espécies. Uma solução viável seria a realização de inventários e monitoramento da fauna e flora antes, ou de concomitante com a execução de projetos de restauração

Notícias
6 de maio de 2024

Ministério Público de MT vai tentar reverter extinção do Parque Cristalino II

Sociedade Civil se une contra recente decisão da justiça matogrossense. Governador do Estado já declarou que não tem interesse em recorrer

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.