O Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA), que já começou a sofrer com incêndios florestais, ganhou, no último sábado (21), uma hora de chuva forte, provocada artificialmente por descargas de água filtrada nas nuvens. A tecnologia foi oferecida por uma empresa paulista, que “semeia” as nuvens com o uso de um monomotor. A chuva artificial cobriu cerca de 20 quilômetros quadrados do parque.
Segundo Pablo Casella, analista ambiental da unidade, há cinco anos o Parque pleiteia a contratação da tecnologia, mas nunca conseguiu angariar recursos para tanto ou o aval do Ibama. A chuva deste final de semana só foi possível poque a empresa, inicialmente contratada por sojeitos de uma região próxima ao parque, pôde oferecer as horas não usadas de trabalho à unidade.
O valor dos serviços pode parecer caro a primeira vista, segundo Casella, mas deve ser relativizado. Para o primeiro ano de semeaduras, seriam necessários 3,5 milhões de reais. “O valor não é alto se considerarmos que, no último grande incêndio que tivemos, em apenas 42 dias de combate estimamos que governos estadual e federal tenham gasto mais de 5 milhões de reais”.
Após a chuva, unidade voltou a pleitear recursos junto a empresas e ao governo federal para que a tecnologia seja usada com mais frequência. A idéia não é combater incêndios, mas manter a região sempre úmida, para que o sistema se retroalimente e dificulte a ocorrência de incêndios.
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