É uma tentativa de resgatar o que já foi a maternidade dos Caiman latirostris. “Era o sítio perfeito para eles, onde a população não mexia”, explica Adelmar Coimbra Filho. Em 1961, quando era administrador da Reserva Biológica de Jacarepaguá, o biólogo reintroduziu a espécie na região. Na época, a área era composta de grandes manguezais.”Os jacarés são os habitantes mais antigos daquele espaço, mas na década de 50 já estavam ameaçados pelo excesso de posseiros que costumavam caçá-los. Para reverter o quadro, soltamos 22 animais”.
De lá para cá, a ocupação humana cresceu em ritmo muito mais acelerado do que a reprodução dos jacarés, e a região conhecida como “sertão carioca” foi soterrada pela especulação imobiliária. Os bandeirantes que lá repousaram fizeram do Recreio um vizinho incômodo a Jacarepaguá que, não por acaso, significa “vale dos jacarés”.
Cheiro de esgoto
Leia também

Nas entranhas do poder, reside pouca ou nenhuma esperança
O passivo que o Brasil deixará ao destruir o meio ambiente, que mantém nossa qualidade de vida possível, não entrará na contabilidade do crescimento do PIB →

Vale-tudo no licenciamento ambiental: não vale a pena ver de novo
O “admirável mundo novo” pós-PL da Devastação deixará um rastro de insegurança jurídica, multiplicação dos conflitos socioambientais e uma explosão da judicialização →

O desmonte do licenciamento ambiental: a conta vai ficar para as cidades
A pretensa desburocratização que justifica o texto, esvazia as políticas de desenvolvimento territoriais dos municípios e sobrecarrega sua saúde pública ainda mais →