Londres caminha a passos largos para se tornar uma cidade para pessoas. Caminha com a tranquilidade com que um pedestre deve sempre poder caminhar.
Vídeo de Fernando Carignani
O respeito ao pedestre, corriqueiro na Europa, mas longe de se tornar realidade no Brasil, não é o único elemento que fez com que a cidade inglesa tenha acertado o rumo em direção a um equilíbrio social e ambiental maior. A cidade vive um intenso processo de transformação e as mudanças que aconteceram na última década foram retratadas em detalhes no DataBlog, página dedicada ao Jornalismo de Dados do jornal inglês The Guardian – ((o)) eco faz parte da rede de jornalismo ambiental formada pelo Guardian. Mapas baseados em dados do Departamento de Transporte da cidade, indicam que o uso de automóveis particulares despencou na cidade, no mesmo ritmo que o uso de ônibus e bicicletas disparou.
Uso de bicicletas (em vermelho, pontos onde houve aumento superior a 100%)
Entre os principais motivos que levaram a tal transformação estão a adoção do pedágio urbano e a redução das vagas de estacionamento de carros na cidade, medidas apresentadas em detalhes pela jornalista Natália Garcia em reportagem publicada em outubro do ano passado. A ideia de dificultar a vida de quem mais polui e causa impacto na cidade, veio somada com medidas para garantir que o respeito ao ciclista se tornasse rotineiro em Londres.
As mudanças empolgam e já há cobranças por uma radicalização maior no modelo. De olho nas eleições municipais, foi organizada a campanha Go Dutch, que pretende obter dos candidatos o compromisso de tornar Londres tão amiga de ciclistas quanto as cidades holandesas.
Enquanto isso…
Já nas cidades para automóveis a prioridade é o fluxo, sempre. Os políticos anunciam sem constrangimentos planos para ampliar avenidas, construir viadutos e pontes, e, com a mesma naturalidade e orgulho com que seguem asfaltando e impermeabilizando tudo, anunciam piscinões e obras emergenciais para conter enchentes. Os investimentos em transporte coletivo ficam relegados a segundo plano e a prioridade é sempre o transporte individual – talvez o melhor exemplo recente de como tal processo se dá seja o da ampliação da Marginal Tietê em São Paulo ou ainda o fato de, em vez de abrir novas linhas de metrô ou apostar em sistemas de trem de superfície ou corredores de ônibus, as autoridades optarem na cidade por um polêmico minhocão aéreo para trens para não tirar espaço dos carros.
O modelo de cidade modernista com avenidas largas e longas, popularizado no Brasil nas décadas de 1950 e 1960, caducou. Os recordes seguidos de congestionamento e os índices alarmantes de poluição são sinais claros da falência de tal sistema. É hora de superar o que no exterior chamam de a Síndrome de Brasília. É hora de debater propostas e projetos e pensar sobre o futuro. Cidades devem ser para pessoas ou automóveis?
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