Reportagens

Dilma e o Código Florestal

Primeiro entre os candidatos entrevistados pela Globo News, Dilma afirma que luta contra o desmatamento não terá fim, com ou sem o novo Código Florestal.

Laura Alves ·
10 de agosto de 2010 · 14 anos atrás

Ontem a candidata Dilma Rousseff foi a primeira dos três presidenciáveis a conceder uma entrevista aos jornalistas André Trigueiro e Carlos Monforte do Jornal da Dez da Globo News. Dilma pôde expressar suas opiniões sobre diversos temas, como problemas logísticos e perdas de receita federal, má infraestrutura de aeroportos e do transporte aéreo brasileiro, indicação de cargos políticos, meio ambiente e direitos humanos.

Quando questionada quanto aos planos e metas do Brasil em relação à redução do desmatamento e de emissões de gases estufa, compromisso assumido quando chefiava a delegação Brasileira  na COP-15, em novembro de 2009 em Copenhagen, e sobre a possibilidade de estes não serem cumpridos devido à aprovação de um novo Código Florestal brasileiro proposto por Aldo Rebelo, ela respondeu com cautela. Disse que o código ainda não foi aprovado e que, provavelmente, não o será antes das eleições. Mas em relação à revisão do código, afirmou que não acredita em “conivência” com o desmatamento ou com desmatadores. 

“Eu não concordo em tratar da questão tão grave do código florestal no momento eleitoral. Por quê? Porque se desencadeiam paixões de lado a lado. Agora eu dou minha posição sobre isso, eu não concordo de maneira nenhuma com nenhum procedimento que signifique diminuir essa luta que nós estamos tendo para reduzir o desmatamento no Brasil”, declarou a ex-ministra da Casa Civil. 

Eis aqui o principal trecho sobre as questões ambientais tratadas pela candidata.
 
“Eu não acredito na aprovação do código antes da eleição. Eu acho que no pós eleição diminuem as paixões. Eu não concordo com conivência com o desmatamento e nem com leniência e flexibilidade com os desmatadores. Acho que nós conseguimos uma meta fantástica com Copenhagen e a minha presença em Copenhagen era uma forma do presidente Lula mostrar que o segundo cargo mais importante do governo não era nem o Itamarati e nem o Ministério do Meio Ambiente que estavam presentes na delegação, mas era a chefia da Casa Civil que assumia o compromisso de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia, em 40% do Cerrado e assumia metas claras que ninguém estava assumindo ali. Nós assumimos e dissemos assim que seja o que seja que dê (sic) nas negociações internacionais, nós vamos cumprir essas metas na área de agricultura e de energia.”

As próximas entrevistas com os outros dois candidatos serão no dia 10, no qual o Jornal das Dez receberá Marina Silva, candidata do PV e no dia 11 com o candidato do PSDB, José Serra.
 

Assista à entrevista:  Dilma no Jornal das Dez

(Laura Alves)

Leia também

Reportagens
18 de abril de 2024

A nova distribuição da vida marinha no Atlântico ocidental

Estudo de porte inédito pode melhorar políticas e ações para conservar a biodiversidade, inclusive na foz do Rio Amazonas

Análises
18 de abril de 2024

Uma COP 30 mais indígena para adiarmos o fim do mundo

Sediada pela primeira vez na Amazônia, a conferência traz a chance de darmos uma guinada positiva no esforço para frear a crise climática que ameaça nossa espécie

Notícias
18 de abril de 2024

PSOL pede inconstitucionalidade de lei que fragiliza o licenciamento ambiental no ES

Para o partido, as mudanças no licenciamento estadual não estão previstas na legislação federal e prejudicam o meio ambiente; lei tirou espaço da sociedade civil nos processos

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.