O ambientalista José Truda Palazzo Júnior enviou e-mail para extensa lista de contatos com o intuito de explicar o seu desligamento do Projeto Baleia Franca, em Imbituba (SC). No texto, diz que seu apartamento foi invadido na noite de sábado por Helder Canadas, “parte do bando que está tomando de assalto o projeto Baleia Franca e pretende expulsar-me da instituição que dirigi até hoje, sem qualquer indenização ou direitos”. Conforme ele, Canadas é responsável por agredi-lo violentamente, bem como sua esposa e filhas menores.
Truda afirma que apenas a intervenção da Polícia Militar evitou o pior. A irmã Maria Claudete, do Hospital São Camilo, assegurou que o ambientalista foi atendido no domingo. “Em nossos registros consta que ele deu entrada na emergência, foi medicado e depois liberado”, informou.
Segundo ele, Canadas e aliados querem há meses tirá-lo do projeto. Os motivos seriam suas recusas “a fazer ‘composição política’ para resolver o processo absurdo que nos move um procurador local, por motivos políticos; depois, por recusar-me a ficar ‘quietinho’ (ou seja, calar-me ante as bandalheiras ambientais dos (des)governos catarinense e nacional) para ver se retomavam o patrocínio da Petrobras; e finalmente, por me recusar a abandonar Santa Catarina de vez para que o Projeto pudesse ser ‘vendido’ a patrocinadores que preferem uma ONG ‘mansinha e quietinha’”.
O capitão Evaldo Hoffmann, comandante do Batalhão da Polícia Militar em Imbituba, disse a O Eco que a Polícia Militar foi acionada por Helder Canadas. “Ele se identificou como o novo presidente do Baleia Franca. O que acontece é que a nova diretoria bloqueou o acesso ao apartamento de José Truda, que fica no interior da sede do projeto. Por isso, houve agressões mútuas e os dois foram encaminhados à delegacia para prestar depoimento”, afirma. De acordo com Hoffmann, pelo que consta até agora não houve violência contra membros da família de Truda. Mas, caso haja, o delegado irá determinar o exame de corpo-delito.
Truda fundou o Projeto Baleia Franca há 27 anos, em parceria com o Vice-Almirante Ibsen Gusmão Câmara.
Leia também
Mudanças climáticas podem reduzir drasticamente a recarga de aquíferos no Brasil
Estudo aponta que a maioria dos reservatórios subterrâneos do país vai perder sua capacidade de renovação, aumentando o risco de escassez hídrica em diversas regiões, especialmente Sudeste e Sul →
Brasil acelera na captação de recursos para o clima, mas investimento em florestas é mínimo
Estudo do CPI/PUC-Rio revela expansão acelerada de recursos para energia e baixa prioridade para proteção florestal →
Antes da seca, Cerrado já supera a Amazônia em destruição pelo fogo
O bioma ainda é um sumidouro de carbono, mas secas mais intensas e o avanço do desmate podem inverter esse papel →