A noite de ontem foi marcada por uma derrota do movimento ambientalista em plena semana do meio ambiente: o Senado aprovou a conversão da Medida Provisória 458 em lei. Assim, lotes com até 1.500 hectares serão vendidos sem licitação a pessoas físicas e jurídicas de bem e que ocupam as áreas desde antes de 1º de dezembro de 2004, mas também a posseiros e grileiros de terras na Amazônia. O prazo para pagamento dos lotes é de 20 anos. A relatora da medida foi a senadora Kátia Abreu (DEM/TO). A matéria aguarda agora sanção de Lula.
O tema foi aprovado com 37 votos favoráveis, dois contrários e uma abstenção. Para análise das concessões de terras, não serão observados títulos ou documentos, mas sim o “uso efetivo” da área. Lotes maiores poderão ser vendidos depois de três anos.
Na visão de ambientalistas, a medida é um poderoso acelerador da ocupação desordenada, da grilagem e do mercado ilegal de terras na Amazônia. Uma semana do meio ambiente para ficar na história, marcada pelo bate-boca de baixo nível entre ministros e pela proposta de extinção de uma área protegida em nome do desenvolvimento econômico.
Leia também
Manifesto pede revogação de decreto que adia georreferenciamento de imóveis rurais
Entidades e profissionais afirmam que suspensão até 2029 para propriedades de todos os tamanhos representa retrocesso na governança fundiária e ameaça a segurança jurídica no campo →
Brasil espera que cúpula de líderes dê o tom das negociações na COP30
Políticos estaduais querem que biomas não florestais tenham mais presença nas negociações e decisões da conferência →
Novo paradigma energético exige flexibilidade e armazenamento no Brasil, diz pesquisador da USP
Em conversa com ((o))eco, Roberto Rockmann destaca importância do Brasil desenvolver flexibilidade de operação para equilibrar demandas futuras entre diferentes fontes de energia →





