Reportagens

Importância das áreas protegidas

Um artigo publicado nesta quinta-feira na PNAS mostra que as áreas protegidas da Amazônia podem evitar que 8 bilhões de toneladas de carbono sejam emitidas para a atmosfera até 2050.

Redação ((o))eco ·
27 de maio de 2010 · 14 anos atrás

Um artigo publicado nesta quinta-feira na revista Proceedings, da Academia Americana de Ciências (PNAS), acrescenta mais um argumento em favor de compensações internacionais pela preservação da Amazônia. De acordo com o estudo, as áreas protegidas da Amazônia podem evitar que 8 bilhões de toneladas de carbono sejam emitidos para a atmosfera até 2050. Estas seriam as emissões por desmatamento, caso estas áreas protegidas não existissem e equivalem emissões de gases de efeito estuda de todos os países do planeta juntos ao longo de um ano.

O estudo foi liderado pelo coordenador Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais, Britaldo Silveira Soares Filho, e teve a participação de outros 12 pesquisadores de diversas instituições. Os pesquisadores afirmam também que é necessário muito dinheiro para que estas áreas protegidas sejam efetivas na redução das emissões. Britaldo Soares-Filho calcula que o Brasil precisa investir entre 3 bilhões e 9 bilhões de dólares para implantar estas áreas protegidas.

Foi analisado o impacto de 595 áreas protegidas sobre o desmatamento, entre os anos de 1997 e 2008. Terras Indígenas, Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável e áreas militares, que representam 54% das florestas remanescentes, o equivalente a 3,4 milhões de quilômetros quadrados, na Amazônia foram consideradas no estudo. 

O aumento recente no número de áreas protegidas foi responsável por 37% do total de redução de 13,4 Km2 de desmatamento entre 2004 e 2006, segundo a pesquisa. Ao contrário do que afirmam algumas críticas, a criação de áreas protegidas não fez a destruição da floresta migrar para outras áreas, de acordo com os pesquisadores. 

Mudanças no ciclo econômico seria o fator mais importante na redução do desmatamento, contribuindo com 44% do total. Outros fatores, como fiscalização teria sido responsáveis por 18% da redução de florestas destruídas na Amazônia brasileira.

Os pesquisadores defendem mecanismos compensação pelo desmatamento evitado para bancar o custo de implantação destas áreas protegidas. Segundo WWF, entre investimentos e compensações pelo lucro de que o país abre mão ao proteger a floresta, o Brasil precisaria de R$ 147 bilhões.(Vandré Fonseca)

Leia também

Notícias
26 de julho de 2024

Desmatamento no Cerrado cai no 1º semestre, mas ainda não é possível afirmar tendência

Queda foi de 29% em comparação com mesmo período do ano passado. Somente resultados de junho a outubro, no entanto, indicarão redução de fato, diz IPAM

Salada Verde
26 de julho de 2024

Unesco reconhece Parna dos Lençóis Maranhenses como Patrimônio da Humanidade

Beleza cênica e fato de os Lençóis Maranhenses serem um fenômeno natural único no mundo levaram organização a conceder o título

Salada Verde
26 de julho de 2024

Dez onças são monitoradas na Serra do Mar paranaense

Nove adultos e um filhote estão sendo acompanhados pelo Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar. Primeiro registro ocorreu em 2018

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.