Um dia após a ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira, anunciar uma queda de 51% no desmatamento registrado pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER) nos sete primeiros meses do calendário do desmate na Amazônia (agosto a fevereiro), o Imazon divulgou os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) para fevereiro de 2010. E, só neste mês, segundo a organização, o desmate, em vez de cair, subiu 41%. O DETER também havia registrado, na análise mês a mês, um aumento de 29% em fevereiro, com a ressalva de que muito pouco se viu pelos satélites por causa da concentração de nuvens em 80% da região. No caso do SAD, as nuvens bloquearam 40% da área avaliada.
Foram 88 km2 desmatados na Amazônia Legal em fevereiro, de acordo com o SAD, cujo refinamento de imagens é bem maior do que o DETER. De agosto de 2009 a fevereiro de 2010, o desmate totalizou 924 km2 (aumento de 23% em relação ao período anterior). Como o DETER havia indicado, a maior parte do desmatamento observado ocorreu em Mato Grosso (75%), estado que também concentrou nada menos que 99% de toda a degradação florestal indicada pelas análises do Imazon. O Pará contabilizou 1% de área degradada nesse período.
Em relação às emissões de carbono decorrentes de decomposição e queimadas, o Imazon considerou que houve aumento de 35% se forem comparados os períodos de agosto de 2009 a fevereiro de 2010 em relação a agosto de 2008 a janeiro de 2009, quando o desmate foi de 749 km2.
Veja o relatório completo aqui.
Leia também

O trabalho de uma década para mapear e proteger as populações de muriqui-do-norte
Esforço liderado pelo Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB) joga luz sobre novas populações e mira no manejo pioneiro como estratégia fundamental para sobrevivência do primata →

MPF pede que Justiça anule autorização do Ibama para testes em bloco de petróleo na foz da Amazônia
Para Ministério Público, decisão do Ibama desconsiderou pareceres técnicos da própria autarquia e violou normas nacionais e internacionais →

PGE pede que Supremo derrube lei em Mato Grosso que limita criação de áreas protegidas
Mudança na lei prevê que só poderão ser criadas novas unidades de conservação no estado após regularização fundiária de 80% das já existentes →