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Qual o poder de uma imagem?

O Eco mudou. E esta seção não poderia ser diferente. Como toda cena que se transmuta no momento do clique fotográfico, como a brisa que deixa de soprar, o calor do sol a esquentar outros cantos e a luz a mudar de posição, nossa proposta agora é trazer não apenas imagens, mas experiências.

6 de maio de 2009 · 17 anos atrás
  • Adriano Gambarini

    É geólogo de formação, com especialização em Espeleologia. É fotografo profissional desde 92 e autor de 14 livros fotográfico...

O Eco mudou. E esta seção não poderia ser diferente. Como toda cena que se transmuta no momento do clique fotográfico, como a brisa que deixa de soprar, o calor do sol a esquentar outros cantos e a luz a mudar de posição, nossa proposta agora é trazer não apenas imagens, mas experiências. Experimentações. Este ano eu comemoro vinte e cinco anos como viajante, em muitas delas literalmente andarilho. Isto sem considerar o tempo em que segui em aventuras familiares – isto começou quando eu nem tinha completado um ano. E em todo este tempo que caminhei a passos curtos em estradas largas, fui acumulando extensos ‘diários de bordo’, vivências e considerações sobre o que meus olhos viam e sentiam. A fotografia surgiu profissionalmente pra mim há quinze anos. Apesar de todo começo de uma paixão ser normalmente obsessiva, e em se tratando de fotografia ser traduzida em cliques compulsivos, no começo de carreira comecei devagar. Talvez com a influência sensorial de observar, sentir e escrever. Apenas troquei a caneta pela câmera. Mas ambas caminharam juntas, sempre. E é isto que queremos trazer agora.

Nesta nova proposta, a seção de fotografia será um compartilhar de histórias e ‘causos’ sobre a labuta de ser um fotógrafo outdoor. Um verdadeiro making off desta rotina. Da mesma forma, serão apresentados os primordiais conceitos fotográficos. Filosofia, questionamentos e idéias sobre o que é fotografia, o que é documento, o que é arte. Trazer o antigo para mostrar o novo.

Compartilharei inúmeras histórias resgatadas nos meus velhos diários de bordo. Eventualmente trarei convidados, ensaios de pessoas que considero engajadas não apenas no quesito ambiental – mote deste site, mas também no conceito da fotografia como arte e expressão individual.

Vivemos um momento mundial acelerado, onde tudo parece volátil e o que é novo rapidamente se torna obsoleto. O advento da era digital veio com força total, tomou lugar e não vai parar por aqui. Pôs fim a uma série de sensações que a fotografia proporcionava às pessoas. A surpresa de esperar a revelação do filme, o processo artesanal de montar álbuns.

De certa forma volatilizou a fotografia, tornou-a efêmera. E o velho conceito de eternizar o momento vivido, e graciosamente registrado, dura até a próxima formatação do computador. Mas isto é só um processo adaptativo, e podemos reverter estes ilusórios conceitos de que tudo se resolve na fotografia digital. Sim, talvez, mas durante o clique e não depois, no computador. Afinal, somos ainda feitos de veias e artérias, e não cabos e chips…

Para começar esta história toda, trago aqui a velha pergunta: “Qual o poder de uma imagem?”. Quais sensações e conclusões uma fotografia é capaz de causar ao leitor? Exponho aqui uma seqüência de fotos, sendo que uma delas foi capa de um livro publicado em 2003, e agora recentemente reeditado. Fiz estas fotos durante uma captura de onças, no coração conservado de Goiás. Um dos momentos mais emocionantes de minha vida fotográfica, e que no próximo ensaio trarei a história e como cheguei neste momento.

Escrevam, sintam, comentem! Saudações.

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