A Confederação Nacional da Indústria e o governo assinaram acordo para a redução em 5% das emissões do setor industrial até 2020. A cooperação técnica entre a CNI e os Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do Meio Ambiente prevê a conclusão em 2015 do chamado Plano Indústria – Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas do Setor Industrial, assinado na última terça-feira (21/08), em solenidade na sede da CNI, em Brasília.
Serão 7 setores industriais com metas de redução de emissões: alumínio, cimento, papel e celulose, químico, cal, vidro e ferro gusa (aço). Cada um deles já tem o seu plano desenhado, a partir de diretrizes federais que passaram por consulta pública. Estão previstas, ainda, contrapartidas econômicas para as ações de mitigação.
Para o presidente da CNI, Robson Braga Andrade, o acordo demonstra o esforço da indústria em atuar com o setor público na direção de uma economia de baixo carbono. “A parceria com o setor industrial é um desafio para o Brasil, como país que avançou e tem avançado cada vez mais na redução das emissões relacionadas ao desmatamento”, ressaltou a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira.
A discussão em torno das emissões de gases de efeito estufa não é apenas uma questão ambiental, mas exigência do mercado. De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, pela primeira vez na história do país governo e indústria assumem a tarefa de mudar o paradigma na área ambiental, consoante com um “cenário de competitividade internacional mais acirrado”.
Reforçar o diálogo com o governo foi um dos compromissos firmados pela CNI durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), como forma de viabilizar o cumprimento de metas por parte do setor, de forma voluntária e adaptando-se à nova necessidade do mercado, destacou o presidente da CNI, Robson Braga Andrade.
A Confederação Nacional da Indústria nem sempre pensou assim. Em 2009, quando o governo brasileiro estava preparando as metas que seriam apresentadas na COP de Copenhague, a CNI chegou a divulgar documento afirmando que não queria a aprovação de metas de redução de emissão para a indústria. O argumento principal era que as metas não poderiam “impor limites ao crescimento econômico, ao consumo de bens essenciais e à melhoria da qualidade de vida e nem sujeitar o país a barreiras comerciais”.
Leia também
Só a restauração ecológica será o suficiente para a persistência dos ecossistemas?
Não, visto que lidamos com inventários limitados das espécies. Uma solução viável seria a realização de inventários e monitoramento da fauna e flora antes, ou de concomitante com a execução de projetos de restauração →
Ministério Público de MT vai tentar reverter extinção do Parque Cristalino II
Sociedade Civil se une contra recente decisão da justiça matogrossense. Governador do Estado já declarou que não tem interesse em recorrer →
Manguezais restaurados em Santa Catarina atenuam fenômenos climáticos extremos
Há 12 meses, mutirões comunitários do Projeto Raízes da Cooperação retiram espécies invasoras, replantam mangue nativo e mobilizam a sociedade na região metropolitana de Florianópolis →