![]() |
Brasília – O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que assumiu o comando de uma das pautas de maior destaque na área ambiental do governo, a política de mudanças climáticas, causou de imediato mudanças substanciais no órgão correspondente no Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas.
Nesta terça-feira (15) foi a primeira baixa: a saída da secretária nacional Branca Americano. Sua exoneração foi publicada no Diário Oficial da União, seguida da nomeação do pesquisador da Embrapa Eduardo Assad, para exercer o cargo de secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério.
Eduardo Delgado Assad é formado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Obteve Mestrado e Doutorado em Montpellier, na França. Tem curso de especialização em sensoriamento remoto no Centre National d´éstudes Spatiales (CNES) em Toulose. É pesquisador da Embrapa desde 1987, onde atuou inicialmente no Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (CPAC), e criou o Laboratório de Biofísica Ambiental.
Assad foi coordenador técnico nacional do Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos do Ministério da Agricultura. Foi responsável por coordenar o mais completo estudo sobre os impactos das mudanças climáticas na agricultura brasileira, mostrando que uma nova geografia produtiva vai se desenhar no país até o 2070. Os resultados completos deste estudo podem ser vistos aqui .
Em fala para empresários e técnicos de governos estaduais, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a ideia da nomeação de Assad para as Mudanças Climáticas é obter sintonia, e acabar com as constantes divergências que a agenda climática causava entre os ministérios do Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia (MCT).
“Com a Rio+ 20, temos que tratar questões ambientais de forma diferente do que vínhamos tratando. Temos que ter uma estrutura de governança diferente. A mudança climática é o carro-chefe dessa discussão. A Casa Civil sendo o maestro, e o MCT e o MMA, os outros dois pés. Queremos acabar com as ilhas, para que haja convergência com a agenda nacional”, disse.
Cogita-se que, dentro do ministério, a secretaria será transformada num departamento maior, com o possível nome de Secretaria do Clima, agregando novos temas, como políticas de combate ao desmatamento, conservação de biodiversidade e gestão de florestas e recursos hídricos.
A assessoria do MMA, não confirma a informação, e afirmou que o novo secretário assumiu ontem, e que não teve tempo suficiente para definir as transformações que deverão ser feitas no departamento. (Nathalia Clark)
Leia também

Situação da biodiversidade no RS após enchentes será conhecida em até 3 anos
Serão avaliadas áreas federais e estaduais. A manutenção da vegetação nativa conteve estragos em unidades de conservação →

Entre a floresta e a violência: o custo de ser mulher e defensora ambiental
É essencial que as políticas de proteção incorporem uma abordagem interseccional e de gênero. Isso exige a criação de programas de proteção específicos para mulheres defensoras →

APA Baleia Franca sob ataque: sociedade protesta contra tentativa de redução
Abaixo-assinado sai em defesa da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, em Santa Catarina, alvo de projetos de lei que tentam reduzir e até mesmo extinguir a APA →