Nesta quinta feira, dia 28 de outubro, o Ministério Público Federal vai receber uma nota de repúdio às empresas Eletronorte e Ruraltecs, que são acusadas de invadir a comunidade de Pimental, oeste do Pará. Movimentos sociais, ONG’s e a população local das cidades de Itaituba, Santarém, Altamira e Belém assinam o documento a ser protocolado. As 46 entidades que se movimentam contra as grandes companhias de geração de energia argumentam que não estão sendo ouvidas e que serão atingidas. O Complexo Hidrelétrico do Tapajós é mais um projeto do Programa de Aceleração do Crescimento.
A comunidade de Pimental foi “visitada” sem anúncios prévios por técnicos da “Ruraltecs” contratatos pela Eletronorte no dia 12 de outubro e iniciaram suas atividades de marcação e medição sem nenhuma interação com a comunidade. Apoiados pelo governo, os técnicos agora enfrentam a indignação dos moradores da região que querem a retirada dos trabalhadores.
Leia a NOTA DE REPÚDIO:
Itaituba, 20 de outubro de 2010,
Em solidariedade aos ribeirinhos da comunidade de Pimental
Nós, dos movimentos sociais, pastorais sociais, movimentos populares e todos aqueles que lutam em defesa da vida e dos direitos humanos, expressamos nossa indignação pelo fato ocorrido no ultimo dia 12 de outubro de 2010 na comunidade de Pimental, o desrespeito com que as empresas Eletronorte e Ruraltecs invadem a propriedade das pessoas, entram sem permissão e fazem suas demarcações sem se quer comunicar o povo, porém isso resultou em protesto dos moradores, cansados de serem repudiados pelas empresas, quebraram o marco de concreto instalado pela Eletronorte já algum tempo.
Denunciamos a forma como foram taxados pela imprensa e pelo vereador Luiz Fernando Sadeck dos Santos o popular “Peninha” que se diz representante do povo e julga seu povo de vândalos, da mesma forma fez o repórter Queiroz Filho da TV Tapajoara que usou da sua ignorância para tratar como vândalos pais de famílias, trabalhadores que trabalham dia e noite para o sustento de seus filhos, homens e mulheres que lutam por melhores condições de vida no meio em que vivem, essas famílias foram criminalizadas e desrespeitadas. Até que ponto isso vai chegar? Basta de violência, de criminalização. Onde estão nossos direitos?
O povo precisa saber em que pé está o projeto do Complexo Hidrelétrico no Tapajós e o que essas empresas querem? Não admitiremos que o governo federal e as grandes empresas privadas passem por cima de nossos direitos tratando-nos como criminosos e invadindo nossas terras para acabar com a nossa fonte de vida o RIO TAPAJÓS. Lutaremos e vamos continuar resistindo em defesa da vida e dos povos do rio tapajós
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