A pedido do Ministério Público Federal na Bahia, a Justiça Federal bloqueou a licitação de blocos exploratórios de petróleo e gás pela Agência Nacional de Petróleo num raio de 50 quilômetros no entorno do parque nacional de Abrolhos, no sul da Bahia. A agência também não poderá autorizar a abertura de novos poços na zona de exclusão, sob pena de multa de um milhão de reais. Com a sentença, as licitações e concessões já realizadas de blocos pertencentes ao raio de exclusão estão anuladas. A medida não é definitiva, pois ainda cabe recurso.
A decisão foi baseada em ação do procurador da República Danilo Dias e estudo da Conservação Internacional que listou 153 impactos negativos sobre várias formas de vida, ecossistemas e populações atrelados à exploração de petróleo. Ano passado, organizações não-governamentais realizaram uma série de protestos em Abrolhos, pedindo inclusive a criação de uma zona de amortecimento com 95 mil quilômetros quadrados, protegendo o parque e mantendo a capacidade dos oceanos de ajudaram no combate às mudanças do clima. A medida não foi implementada.
Criado em 1983, aquele parque nacional é ameaçado pelo governo que tenta expandir a exploração de gás e óleo em seu entorno. A área é reconhecida mundialmente por abrigar uma variedade de ambientes marinhos e costeiros e remanescentes de Mata Atlântica, como recifes de coral, fundos de algas, manguezais, praias e restingas. A região também é procurada anualmente por animais ameaçados, como as baleias-jubarte.
Leia também
Centrão e direita dominam prefeituras de cidades líderes em desmatamento na Amazônia
União Brasil, MDB, PSD, AVANTE, Podemos, PP, Republicanos, PRD e PL garantem 68 das 70 cidades monitoradas pelo Ministério do Meio Ambiente; PDT e PSB completam lista →
Organizações brasileiras criticam decisão europeia de adiar lei anti desmatamento
Anúncio, feito na última semana, causou reações adversas. Brasil era um dos países que pediam adiamento, mas há temor de que lei seja enfraquecida →
Pará cria novo parque estadual para proteger maior árvore do Brasil
Nova unidade deriva da Floresta Estadual do Paru, que teve porção recategorizada com o objetivo de proteção integral →