Tudo começou com uma demanda da extinta SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) no início da década de 70, que pediu ajuda ao grupo de sensoriamento remoto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE para monitorar, através de imagens de satélite, o processo de ocupação da Amazônia subsidiado pelo Governo. O objetivo era conferir se o desmatamento – leia-se pastagens – estava acontecendo, para justificar os recursos financeiros liberados para o “desenvolvimento da região”. Apesar de não ser para fins de conservação e proteção da floresta, esta demanda rendeu os primeiros frutos do que em 1988 seria chamado de Prodes (Programa de Cálculo de Desflorestamento da Amazônia), um dos sistemas de monitoramento mais avançados do mundo para identificação e quantificação de processos de desmatamento em áreas florestais.
Em linhas gerais, o Prodes consiste em um sistema que utiliza imagens de diversos satélites de monitoramento da superfície terrestre com alta resolução espacial – mede as taxas de corte raso para incrementos superiores a 6,25 hectares – e baixa resolução temporal. Sua função é contabilizar anualmente (de julho a setembro) a área total desmatada e sua principal vantagem é a precisão do geo-referenciamento dos polígonos de deflorestamento. Ao longo dos 20 anos de sua implementação, o Prodes avançou da era analógica para a digital e hoje as estimativas anuais de taxas de desflorestamento da Amazônia Legal estão em constante aperfeiçoamento, graças aos avanços da tecnologia de sensoriamento remoto e das técnicas de interpretação de imagens.
*Jaqueline B. Ramos é repórter em São José dos Campos (SP) e escreve o blog Ambiente-se.
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