O arquipélago das Anavilhanas é de espantosa beleza. Essas mais de 400 ilhas alongadas, como que se desenrolam pelo rio Negro ao longo de 150 quilômetros, um pouco acima de Manaus. É um local único, no segundo maior rio em volume de água do mundo. Um rio de águas que parecem pretas, mas que são translúcidas e que hoje é uma das principais hidrovias da Amazônia, com 1200 quilômetros, ligando Manaus a São Gabriel da Cachoeira, na Cabeça de Cachorro, fronteira com a Colômbia. A hidrovia corta as Anavilhanas deixando-as vulneráveis à ação humana. Também sob ameaça está o Parque Nacional do Jaú, onde se caça e se pesca ilegalmente. Ele protege toda a bacia hidrográfica do rio Jaú. Navegar por essas águas acobreadas em uma voadeira além de dar muito prazer, ensina muito sobre o Brasil que o Brasil não vê. De quebra, se o prêmio de ver igarapés de rara beleza. Um visual que só as “águas pretas” permitem.
Leia também

Controle do javali é ancorado em dados frágeis e decisões arbitrárias, acusam caçadores
Informações apontariam omissões e ausência de validação de relatórios que sustentam a política de abates da espécie invasora →

Canal de água matador de animais é denunciado ao “STF” da Argentina
Entidades civis levaram à Corte o caso de uma megaestrutura para irrigação ligada à mortandade massiva de fauna silvestre →

Primeiro filhote de ave criticamente ameaçada nasce de pais em cativeiro
O feito renova esperanças para salvar a rolinha-do-planalto, espécie criticamente ameaçada e exclusiva do Cerrado brasileiro →