O arquipélago das Anavilhanas é de espantosa beleza. Essas mais de 400 ilhas alongadas, como que se desenrolam pelo rio Negro ao longo de 150 quilômetros, um pouco acima de Manaus. É um local único, no segundo maior rio em volume de água do mundo. Um rio de águas que parecem pretas, mas que são translúcidas e que hoje é uma das principais hidrovias da Amazônia, com 1200 quilômetros, ligando Manaus a São Gabriel da Cachoeira, na Cabeça de Cachorro, fronteira com a Colômbia. A hidrovia corta as Anavilhanas deixando-as vulneráveis à ação humana. Também sob ameaça está o Parque Nacional do Jaú, onde se caça e se pesca ilegalmente. Ele protege toda a bacia hidrográfica do rio Jaú. Navegar por essas águas acobreadas em uma voadeira além de dar muito prazer, ensina muito sobre o Brasil que o Brasil não vê. De quebra, se o prêmio de ver igarapés de rara beleza. Um visual que só as “águas pretas” permitem.
Leia também

Eco Expo Brasil 2025 reúne lideranças políticas e empresariais às vésperas da COP30
Geraldo Alckmin, Tarcísio e Ibaneis participam da abertura em São Paulo; feira deve atrair 20 mil profissionais de mais de 40 países →

Justiça chancela termo entre ICMBio e indígenas em Rebio no Paraná
Órgão ambiental e Funai alegam tradicionalidade, enquanto especialistas alertam para possíveis riscos à Mata Atlântica →

Foz do Amazonas, o dilema do mamute e a opção pela civilização contra a barbárie ecológica
O impacto dessa exploração não está só nesse furo na terra, nem apenas nos peixes e baleias dos oceanos, ela começa na nossa cabeça, na mentalidade, no tipo de legado que estamos criando →