![]() |
O Brasil vive a ilusão da abundância. Por achar que tem água demais, o brasileiro não se preocupa com a escassez. Além disso, coleta e tratamento de esgoto é realidade para menos da metade da população e, para completar o quadro, 42% da água tratada é perdida antes de chegar ao consumidor final.
Por isso, na véspera do Dia Mundial da Água, comemorado nesta sexta-feira (22), o Ministério do Meio Ambiente e a Agência Nacional das Águas lançaram o Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas (Progestão), que investirá 100 milhões de reais em 5 anos, nos estados que voluntariamente aderirem ao programa. O primeiro estado a assinar o termo de adesão foi o Distrito Federal.
No evento, Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, criticou a falta de estrutura estadual para lidar com a gestão de recursos hídricos. “É inaceitável ter estados, hoje, com três funcionários destacados para cuidar dessa gestão. Temos que mudar essa realidade. Vamos criar os meios e novos caminhos para estados entrarem no novo patamar que a ANA definiu como padrão mínimo de gestão no país”, disse.
Atualmente, os estados com infraestrutura mais avançada na gestão de recursos hídricos são Minas Gerais, São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro. Os recursos do Progestão também serão utilizados no treinamento de pessoal e melhoria de estruturas.
A meta é encerrar o programa em 2018, com um sistema nacional para a governança eficaz dos recursos hídricos, que garanta a oferta de água em quantidade e qualidade em todo o território nacional.
“É injusto a quantidade de desigualdades regionais que temos no nosso país – desigualdades não são só sociais, mas também ambientais” disse Izabella Teixeira. “Tem muita gente que ainda não tem acesso à água potável, mesmo cercada por água”.
Pela legislação, os estados são responsáveis pelas águas subterrâneas e pelos cursos d’água que se encontram em seus territórios. A União responde pelos rios transfronteiriços, que divisam/dividem estados ou delimitam fronteira com outros países. Resultado: em estados vizinhos, a desigualdade na gestão da água transparece, um problema que o programa quer combater.
De acordo com o programa, cada estado terá suas próprias metas, que serão aprovadas antes pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos (CERHs). Os desembolsos ocorrerão após os estados cumprirem as metas que estabelecerem.
Leia também
Entrando no Clima #66 – Balanço da primeira semana COP30
As negociações técnicas chegam ao fim e a próxima semana será marcada pelo debate político sobre os principais assuntos encaminhados →
Curtinhas da COP30 – Que comecem as discussões políticas
Termina semana “técnica” da COP30, com vários dos tópicos em discussão sem consenso →
Saber tradicional e tecnologia ajudam extrativistas a enfrentar a crise do clima no Pará
Além das temperaturas em alta, pescadores temem prejuízos por eventuais derrames de petróleo desde a foz do Amazonas →





