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A caça ilegal está dizimando os elefantes que vivem em florestas na África Central. Desde 2004, cerca de 11 mil animais foram abatidos nas regiões próximas e até mesmo dentro do Parque Nacional Minkébé, no norte do Gabão, segundo um estudo divulgado esta semana pela Agência de Parques Nacionais do Gabão, WWF e Wildlife Conservation Society (WCS). Segundo os dados, entre 44% e 77% da população de elefantes da região foi abatida nos últimos nove anos.
“A situação está fora de controle”, afirma Bas Huijbregts, responsável pela campanha contra o tráfico de animais do WWF na África Central. “Nós estamos testemunhando o sacrifício sistemático do maior mamífero terrestre do mundo”, completa. O Gabão representa 13% das florestas da África Central, mas abriga mais da metade dos elefantes que vivem em áreas florestais de todo o continente. Metade dos elefantes do país vivem no Parque Nacional Minkébé.
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De acordo com ele, há uma impressão errada de que a matança de elefantes para extração do marfim estaria se deslocando para outras partes do continente. Na verdade, afirma Huijbregts, é que a guerra do marfim está se espalhando e chegando a áreas onde os elefantes antes estavam mais bem protegidos. “Mas aqui na África Central, sem notícias no mundo, elefantes estão perdendo a guerra em uma velocidade relâmpago”.
A situação é grave também na República Centro-Africana, onde viviam mais de 80 mil elefantes em meados da década 1980. Caçadores ilegais atuam no país, exterminado elefantes e aterrorizando populações por onde passam. Autoridades do país receberam recentemente relatos da morte de 17 elefantes no sul do país e informações ainda não confirmada de 60 animais abatidos no norte da República Centro-Africana. “O novo governo da República Central da África está enviando as Forças Armadas para frear os caçadores ilegais antes que eles atinjam o último refúgio de elefantes, Dzanga-Sangha, declarado recentemente Patrimônio da Humanidade”, afirma Guian Zokoe, responsável pela reserva de Dzanga-Sangha.
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Os países da região tem envolvido às forças armadas e recrutado mais guardas florestais para combater a caça ilegal de elefantes, mas os esforços não têm sido suficientes. Para Huijbregts é necessário acabar também com a demanda por marfim dos países da Ásia Oriental, principalmente Tailândia.
Uma campanha internacional arrecada assinaturas para proibir o comércio de marfim. Clique aqui para saber mais.
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Correção: Os elefantes possuem um excelente nível de memóri.
Eu concordo plenamente.Inclusive os elefantes possui um excelente nível de memória.