Notícias

Morte dramática comprova existência de baleia rara

Dois indivíduos de espécie considerada extinta, e nunca observada viva por especialistas, surgem mortos em praia da Nova Zelândia.

Vandré Fonseca ·
6 de novembro de 2012 · 11 anos atrás

Baleia-bicuda-de-bahamonde (Mesoplodon traversii). Suposta extinta e nunca antes vista, foi encontrada morta junto com um filhote. Até serem feitos os exames de DNA, foi confundida com a bicuda-de-gray. (Foto: Governo da Nova Zelândia)
Baleia-bicuda-de-bahamonde (Mesoplodon traversii). Suposta extinta e nunca antes vista, foi encontrada morta junto com um filhote. Até serem feitos os exames de DNA, foi confundida com a bicuda-de-gray. (Foto: Governo da Nova Zelândia)

Manaus, AM – A morte de duas baleias raras foi acontecimento triste no verão de 2010, na Nova Zelândia. Mas pelo menos serviu para que os cientistas pudessem descrever completamente e conhecer mais sobre a baleia-bicuda-de-bahamonde (Mesoplodon traversii), até então considerada extinta.  Agora se sabe que ela ainda está por aí, provavelmente habitando águas profundas do oceano, distante das praias e dos olhos humanos. O registro deste achado foi publicado na edição dessa terça-feira (6 de novembro) do periódigo científico Current Biology.

Inicialmente, as baleias – uma fêmea adulta e um filhote macho – foram identificadas como de outra espécie do mesmo gênero, a baleia-bicuda-de-gray (Mesoplodon grayi). Mas a análise de DNA mostrou, para surpresa dos pesquisadores, que se tratava da rara e desconhecida baleia-bicuda-de-bahamonde, que mede cerca de 5 metros de comprimento.

Baleia-bicuda-de-gray (Mesoplodon grayi), espécie mais conhecida e comum nas águas neozelandesas. (Foto: Governo da Nova Zelândia)
Baleia-bicuda-de-gray (Mesoplodon grayi), espécie mais conhecida e comum nas águas neozelandesas. (Foto: Governo da Nova Zelândia)

As baleias morreram em dezembro de 2010, após encalharem na praia de Opape, na Nova Zelândia. Conforme o procedimento adotado por um programa que há 20 anos coleciona dados de 13 espécies de baleias-bicudas encontradas nas águas da Nova Zelândia, os bichos foram fotografados e tiveram amostras de tecido coletadas para exames de DNA.

“Quando esses animais vieram para nosso laboratório, nós extraímos o DNA com fazemos usualmente com tecidos semelhantes, e ficamos surpresos ao descobrir que eles eram baleias-bicudas-de-bahamonde”, diz Constantine. “Nós analisamos muitas vezes para nos assegurarmos antes de contar a todos.”

Os pesquisadores não sabem porque estas baleias são tão difíceis de serem encontradas. Eles acreditam que possa ser pelo simples fato delas raramente chegarem perto da costa. “A nova Zelândia é rodeada de oceanos. Há muita vida marítima que permanece desconhecida”, diz Constantine.

 


Leia também

Notícias
24 de abril de 2024

Na abertura do Acampamento Terra Livre, indígenas divulgam carta de reivindicações

Endereçado aos Três Poderes, documento assinado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e organizações regionais cita 25 “exigências e urgências” do movimento

Reportagens
24 de abril de 2024

Gilmar suspende processos e propõe ‘mediação’ sobre ‘marco temporal’

Ministro do STF desagrada movimento indígena durante sua maior mobilização, em Brasília. Temor é que se abram mais brechas para novas restrições aos direitos dos povos originários

Notícias
24 de abril de 2024

Cientistas descobrem nova espécie de jiboia na Mata Atlântica

A partir de análises moleculares e anatômicas, pesquisadores reconhecem que jiboia da Mata Atlântica é diferente das outras, e animal ganha status de espécie própria: a jiboia-atlântica

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.