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A pesquisa é inédita e foi realizada na região do Parque Nacional Marinho de Abrolhos (os recifes) e no complexo de mangues existente entre o município de Caravelas e o de Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia. Os dados comprovam a conexão entre esses dois ambientes intermediado pelos recifes mais próximos do continente em diferentes momentos da vida dessa espécie. O dentão, o vermelho fazem parte da família dos lutjanidae, integrada também ariocós, caranhas, pargo, guaiuba, ciobas. Peixes de escamas, carne branca, poucas espinhas e sabor suave – daí o alto valor comercial.
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Quando maiores têm necessidade de outros alimentos e se dirigem ao mar. Está maduro sexualmente quando ultrapassa os 35cm. Nesse momento, se dirige para as agregações na quebra da plataforma, explica o professor Ronaldo Bastos Francini-Filho (Universidade Federal da Paraíba).
Ele é um dos autores do trabalho encabeçado por Rodrigo Leão de Moura (Universidade Estadual de Santa Cruz) e que também contou com Carolina Viviana Minte-Vera (Universidade Estadual de Maringá), Eduardo Chaves (Universidade Estadual de Santa Cruz) e Kenyon Lindeman (Florida Institute of Technology).
Além da contribuição para biólogos e engenheiros de pesca na academia, a pesquisa serve de subsídio científico contra as ameaças que costumam rondar o litoral sul da Bahia, mais especificamente entre Caravelas e Abrolhos. Até a criação da Reserva Extrativista de Cassurubá, um projeto com pretensões de ser a maior criação de camarão do mundo estudava se instalar na região. A nova ameaça é o risco da Agência Nacional de Petróleo (ANP) inclua as imediações de Abrolhos nos leilões de blocos para prospecção da matriz energética.
Recifes profundos, peixes maiores
A pesquisa revelou os diferentes estágios do dentão: menor nos estuários, intermediário nos recifes costeiros e maior em Abrolhos. Nos recifes mais profundos são encontrados os maiores dentões entre 70 e 80cm. “Esses indivíduos são os maiores responsáveis pela recolonização da espécie, pois quanto maior o peixe, sua capacidade reprodutiva é exponencialmente maior”, detalha Ronaldo Francini-Filho.
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O apoio financeiro para as pesquisas foi feito pela CI-Brasil e National Geographic Society, a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia, além do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). O trabalho já foi publicado na edição de setembro da publicação Estuarine, Coastal and Shelf Scienc.
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