![]() |
O alerta é de um estudo realizados pela organização não-governamental Fundação de Pesquisa e Conservação do Cerrado (Pequi), com apoio da Fundação Boticário. “Considerando os cenários futuros de mudanças climáticas e a tendência de devastação do Cerrado, a maior parte das espécies de anfíbios desse bioma deverá ser reduzida”, diz a responsável técnica pelo projeto e professora da Universidade Católica de Brasília, Débora Leite Silvano.
A pesquisa denominada Diversidade de Anfíbios no Cerrado e Prioridades para sua Conservação em Cenários Futuros de Mudanças Climáticas foi desenvolvida durante o doutorado de Débora e da colega Paula Valdujo na Universidade de São Paulo (USP). Enquanto a primeira analisou principalmente aspectos relacionados à conservação, Paula fez estudos sobre a ecologia das espécies.
De acordo com o estudo, pelo menos oito espécies perderão mais de 70% da área de ocorrência, com grande risco de desaparecerem. Entre as espécies mais ameaçadas estão o Bokermannohyla sazimai, encontrado em Minas Gerais, e Ameerega berohoca, do Alto Rio Araguaia.
![]() |
Na análise de 90 espécies endêmicas, o estudo concluiu que mais da metade delas (52) não estão satisfatoriamente protegidas, e 19 delas estão fora de unidades de conservação. Apenas seis espécies exclusivas do bioma são consideradas protegidas e 32 parcialmente protegidas.
Para serem feitas as projeções, foi utilizado um modelo de degradação do Cerrado elaborado pelo professor Ricardo Machado na Universidade de Brasília, que indica a deterioração futura no bioma se mantidas as atuais perspectivas e políticas de proteção. O estudo analisou também os efeitos de 19 variáveis climáticas, com dados sobre temperatura e chuvas.
De acordo com as conclusões sobre o clima, o trabalho também traçou um plano para a conservação dos anfíbios do Cerrado. Entre as áreas prioritárias para a conservação destes animais estão as depressões dos rios Araguaia, Tocantins e do alto-médio São Francisco; as chapadas do rio São Francisco, no oeste baiano, a porção norte do Planalto Central, o Planalto dos Guimarães e a Serra do Espinhaço.
![]() |
Leia também

Mais de mil aves resgatadas do tráfico na região serrana do Rio de Janeiro
Quase duas centenas já morreram por maus tratos, enquanto as demais serão avaliadas para reintrodução na natureza →

Maior trilha sinalizada da América Latina será inaugurada na COP 30
A Trilha Amazônia Atlântica cruza 13 áreas protegidas do Pará, de Belém a Viseu, e será inaugurada durante a conferência do clima na capital paraense →

VI Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental reúne debates sobre comunicação e desastres climáticos
Evento tem formato online e acontece entre 24 e 26 de setembro; inscrições para ouvintes estão abertas. Veja como participar →